
O término de um casamento é um momento delicado, repleto de decisões importantes e, muitas vezes, de um grande desgaste emocional. A imagem que vem à mente é quase sempre a de um processo longo e conflituoso nos tribunais. Mas, e se houvesse uma alternativa mais rápida, econômica e pacífica?
Felizmente, essa alternativa existe e se chama divórcio extrajudicial, popularmente conhecido como divórcio em cartório.
Neste guia completo, vamos desmistificar esse procedimento, mostrando o que é, quem tem direito, quais são os requisitos e como ele pode ser a solução ideal para que você e seu ex-cônjuge possam seguir em frente de forma amigável e sem as dores de cabeça de uma batalha judicial.
O que é o Divórcio Extrajudicial (ou Divórcio em Cartório)?
De forma simples e direta, o divórcio extrajudicial é a dissolução oficial do casamento realizada diretamente em um Cartório de Notas, por meio de uma escritura pública. Isso significa que o procedimento não precisa passar pelo Poder Judiciário, ou seja, não há a necessidade de um processo judicial com um juiz.
Trata-se de uma modalidade que privilegia a autonomia e o consenso do casal, permitindo que eles resolvam a situação de forma mais ágil e privada.
Quem Pode Optar pelo Divórcio Rápido em Cartório? Os 3 Requisitos Essenciais
Para que o divórcio possa ser feito em cartório, a lei estabelece três condições fundamentais. É preciso que todos os três requisitos sejam cumpridos.
- Consenso (Acordo Mútuo): Este é o pilar do divórcio amigável. O casal deve estar em pleno acordo sobre todos os termos da separação, incluindo a decisão de se divorciar, a partilha de todos os bens e qualquer outra questão pertinente, como o pagamento de pensão alimentícia entre os cônjuges ou a eventual alteração de nome.
- Ausência de Filhos Menores ou Incapazes: O casal não pode ter filhos menores de 18 anos ou filhos que, mesmo maiores de idade, sejam legalmente incapazes. A lei exige a via judicial nesses casos para garantir que os direitos e o bem-estar dos filhos sejam protegidos com a supervisão de um juiz e do Ministério Público.
- Acompanhamento de um Advogado: A presença de um advogado é obrigatória por lei, mesmo no cartório. O casal pode optar por contratar um único advogado para representar ambos (o que pode reduzir os custos) ou cada um pode ter o seu próprio assistente jurídico.
Quais Documentos São Necessários? Um Checklist Para Facilitar
Para dar início ao processo, o advogado precisará organizar uma série de documentos. Ter essa lista em mãos agiliza todo o procedimento. Os principais são:
- Documentos Pessoais do Casal: RG e CPF (ou CNH).
- Comprovante de Residência.
- Certidão de Casamento: Deve ser uma via atualizada (geralmente emitida nos últimos 90 dias).
- Pacto Antenupcial: Se houver.
- Documentos dos Filhos Maiores e Capazes: RG e CPF, se houver.
- Documentos dos Bens:
- Imóveis: Matrícula atualizada, certidão de ônus reais e comprovante de quitação de tributos (IPTU).
- Veículos: Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV).
- Outros Bens: Extratos bancários, notas fiscais ou outros documentos que comprovem a propriedade.
E a Partilha de Bens, Como Fica?
A forma como os bens serão divididos é uma das partes centrais do acordo. O que foi definido pelo casal será detalhado na escritura pública de divórcio, que terá valor de documento oficial. O advogado irá orientar sobre a divisão correta de acordo com o regime de bens do casamento (como a comunhão parcial, total ou separação de bens).
Passo a Passo: Como Funciona o Processo
Entender as etapas torna o processo menos intimidador. Veja como ele funciona na prática:
- Contratação do Advogado: O primeiro passo é buscar um advogado especialista em Direito de Família para orientar o casal.
- Definição dos Termos: O advogado se reunirá com o casal para definir todos os detalhes do acordo: partilha de bens, uso do nome de solteiro(a), etc.
- Reunião dos Documentos: Com a lista em mãos, é hora de juntar toda a documentação necessária.
- Elaboração da Minuta: O advogado redige a minuta da escritura pública com tudo o que foi acordado e a submete ao cartório.
- Agendamento e Assinatura: Com a minuta aprovada pelo cartório, é agendado um dia para que o casal e o advogado compareçam para assinar a escritura pública de divórcio.
- Averbação: Após a assinatura, a escritura deve ser levada ao Cartório de Registro Civil onde o casamento foi registrado para que seja feita a averbação na certidão de casamento, oficializando o divórcio.
As 5 Maiores Vantagens do Divórcio Amigável
Optar pelo caminho extrajudicial traz benefícios significativos que vão além da economia de tempo e dinheiro.
- Agilidade: É incomparavelmente mais rápido. Enquanto um divórcio judicial pode levar meses ou até anos, o extrajudicial pode ser concluído em poucos dias ou semanas.
- Custo Reduzido: Os custos envolvem apenas os honorários do advogado e as taxas do cartório (emolumentos), que geralmente são inferiores às custas de um processo judicial.
- Menor Desgaste Emocional: Evitar o ambiente litigioso de um tribunal preserva a saúde mental e o respeito mútuo, sendo um processo muito menos estressante.
- Privacidade e Discrição: Tudo é resolvido de forma discreta no cartório, sem a exposição pública de um processo judicial.
- Autonomia e Controle: O casal mantém total controle sobre as decisões, construindo um acordo que seja justo e funcional para a realidade de ambos, sem a imposição de um terceiro (o juiz).
E se Não Preenchermos um dos Requisitos?
Se o casal tiver filhos menores ou não conseguir chegar a um acordo sobre a partilha de bens, o divórcio deverá, obrigatoriamente, ser feito pela via judicial. No entanto, mesmo na justiça, o divórcio pode ser consensual, o que o torna mais simples e rápido, ou litigioso, quando não há acordo e o juiz precisará tomar as decisões.
O Papel Essencial do Advogado no Divórcio
Muitos se perguntam por que precisam de um advogado se o processo é “amigável”. O advogado é fundamental para:
- Garantir que o acordo seja equilibrado e que os direitos de ambas as partes sejam respeitados.
- Verificar toda a documentação e orientar sobre a partilha de bens conforme a lei.
- Redigir a escritura com a terminologia jurídica correta, evitando problemas futuros.
- Cuidar de toda a burocracia, do início ao fim do procedimento.
Conclusão: Um Caminho Pacífico Para Novos Começos
O divórcio extrajudicial representa uma evolução, uma forma inteligente e madura de encerrar um ciclo. Ele prova que é possível finalizar um casamento com dignidade, respeito e foco no futuro, em vez de ficar preso às mágoas do passado. Se você se encaixa nos requisitos, essa é, sem dúvida, a melhor opção para um recomeço mais tranquilo.
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